O meio-campista paraguaio Bobadilla, do São Paulo, pode ser suspenso por quatro meses caso seja comprovado que cometeu ato de xenofobia contra o venezuelano Miguel Navarro, do Talleres, durante partida da Libertadores, nesta terça-feira (27). Tal punição está prevista no artigo 15 do regulamento da Conmebol, que ainda não se pronunciou sobre o caso, assim como o clube tricolor.
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Foto: Midiamax |
“Em caso de reincidência, podem ser penalizados com a proibição de exercício de atividades relacionadas ao futebol por cinco (5) anos, ou qualquer outra sanção adicional estabelecida no artigo 6º deste Código”, conclui.
A punição já foi aplicada neste ano, após outro caso de xenofobia na Libertadores. Pablo Ceppelini, do Alianz Lima, foi suspenso por quatro meses depois de usar o termo “bolivianos” de forma pejorativa para ofender torcedores do Boca Juniors, durante a rodada de volta da fase preliminar do torneio, em Buenos Aires.
O CASO BOBADILLA
Nos momentos finais do segundo tempo da partida desta terça-feira — vencida por 2 a 1 pelo São Paulo —, uma confusão foi iniciada, com jogadores se manifestando em tom de cobrança contra Bobadilla. Navarro tentou deixar o campo, mas foi impedido pelo árbitro chileno Piero Maza.
O jogador, que chorava, permaneceu no campo até o fim da partida. Ao sair, concedeu entrevista para a transmissão de TV, mas foi sucinto. “Não quero falar, ele sabe o que disse. Foi com Bobadilla. Não quero falar do jogo”, disse. Depois, na zona mista, Navarro confirmou que o paraguaio o chamou de “venezuelano morto de fome”. Ele fez boletim de ocorrência contra o são-paulino.
Navarro foi ao Juizado Especial Criminal do MorumBis para registro de ocorrência. Policiais militares chegaram a ir ao vestiário do São Paulo em busca de Bobadilla, mas o volante já havia deixado o estádio. A Conmebol só vai se pronunciar após analisar os depoimentos e a súmula da partida, que não é divulgada pela entidade por procedimento.
SÃO PAULO JÁ PEDIU ENDURECIMENTO CONTRA DISCRIMINAÇÃO
Hoje com um atleta envolvido em caso de discriminação, o São Paulo já pediu à Conmebol o endurecimento de punições quando atletas, membros de comissão técnica e torcedores praticarem racismo em partidas de futebol.
Em março, após o palmeirense Luighi ser vítima de ataques racistas durante partida contra o Cerro Porteño, pela Libertadores Sub-20, o clube tricolor divulgou nas redes sociais uma lista em que fazia seis propostas à entidade máxima do futebol sul-americano e à Fifa. Veja a lista:
Perda de três pontos pelos clubes cujos torcedores, representantes ou membros da comissão técnica cometerem atos de racismo, com possibilidade de perda de um ponto se houver a identificação e responsabilização criminal dos envolvidos.
Multas de até US$ 500 mil (cerca de R$ 2,8 milhões) para os clubes, podendo ser reduzida para US$ 100 mil (cerca de R$ 571 mil) se houver identificação.
Eliminação do torneio em caso de reincidência do clube.
Responsabilização de árbitros que deixarem de aplicar o protocolo de racismo da Fifa, com multa para a associação responsável.
Registro de torcedores, atletas, dirigentes e membros de comissão técnica para que outras medidas possam ser aplicadas em caso de reincidência.
Transparência nos processos disciplinares e punições, que devem ser divulgados publicamente.
Midiamax
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