O mundo entrou em estado de alerta máximo nesta quinta-feira (12) após Israel lançar uma ofensiva aérea contra instalações nucleares do Irã, em uma ação classificada pelo governo israelense como “preventiva”. O ataque matou autoridades militares de alto escalão e cientistas ligados ao programa nuclear iraniano. O governo de Teerã já anunciou que irá retaliar e indicou que alvos dos Estados Unidos no Oriente Médio também podem ser atingidos.
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Foto: Metropoles |
“O inimigo pagará um preço alto”, declarou um porta-voz das Forças Armadas iranianas à imprensa estatal, sem especificar prazos ou alvos. Segundo ele, “não há motivo para pânico interno”, mas o “regime sionista e os EUA receberão um duro golpe”.
Explosões em Teerã e mortes de alto escalão
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), os alvos do bombardeio foram “instalações nucleares em diferentes regiões do Irã”. Fontes locais confirmaram explosões na capital, Teerã, e em áreas próximas.
O impacto foi devastador: entre as vítimas estão Hossein Salami, comandante-chefe da Guarda Revolucionária (IRGC), Gholamali Rashid, comandante sênior do IRGC, e os cientistas nucleares Fereydoun Abbasi e Mohammad-Mehdi Tehranchi. A morte dessas figuras centrais marca um dos episódios mais graves no histórico de confrontos entre os dois países.
Relatos indicam ainda danos em áreas civis, com possível número de vítimas não divulgado até o momento.
Israel fecha espaço aéreo e se prepara para contra-ataque
Após a operação, Israel declarou estado de emergência nacional e fechou seu espaço aéreo, medida replicada pelo Irã. Em pronunciamento, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os ataques “vão continuar por tantos dias quanto forem necessários para eliminar a ameaça nuclear iraniana”.
Ele também agradeceu diretamente ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, por seu histórico de combate ao programa nuclear iraniano, ainda que o governo americano tenha afirmado não ter participado da operação.
“O Irã não deve atacar interesses ou pessoal dos EUA”, alertou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, acrescentando que Washington tomou “todas as medidas para proteger suas forças”.
Irã promete reconstrução e reforça parceria com a Rússia
Horas após o ataque, o Irã prometeu reforçar sua infraestrutura nuclear. Em mensagens publicadas nas redes sociais, o governo iraniano anunciou a criação de um terceiro centro de enriquecimento de urânio em local não revelado, classificado como “seguro”.
“A indústria de enriquecimento do Irã não pode ser destruída”, declarou o chefe da Organização de Energia Atômica iraniana, Mohamad Eslami.
No mesmo dia, em uma sinalização diplomática, o presidente iraniano publicou uma mensagem de congratulação ao presidente russo, Vladimir Putin, reafirmando que a cooperação entre os dois países seguirá em expansão.
Netanyahu afirma que Irã tem material para nove bombas atômicas
No discurso após o ataque, Netanyahu afirmou — sem apresentar provas — que o Irã teria urânio enriquecido suficiente para produzir até nove bombas atômicas, e que o país poderia montar um artefato nuclear “em poucos meses ou até um ano”.
“Israel não será vítima de um novo holocausto nuclear”, disse, em referência ao regime iraniano.
Escalada perigosa
O episódio desta quinta-feira é mais um capítulo na tensa relação entre Israel e Irã, inimigos históricos. Em 1992, o grupo Jihad Islâmico, ligado ao Irã, atacou a embaixada israelense em Buenos Aires, matando 29 pessoas. Em 2024, Israel matou Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em Teerã, o que reacendeu os confrontos.
Desde então, os ataques têm sido cada vez mais diretos. Em 1º de outubro de 2024, o Irã lançou dezenas de mísseis contra território israelense. A ação desta quinta marca um novo e perigoso degrau na escalada.
O mundo agora observa com atenção o próximo movimento: o Irã irá retaliar. A pergunta é quando — e até onde isso vai.
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